Então, neste ano que acaba de começar, mais uma vez nos deparamos com a carinha do nosso pseudo-filósofo Pedro Bial quase todos os dias depois da novela das nove (que mudou de nome... olha que novidade!). Em meio a frases de cantores e de pensadores famosos, Bial mistura realidade com fantasia ao falar não só com os confinados do BBB (que já está na décima primeira edição, ufa!) mas também com o público.
O que existe nesse tipo de programa que chama tanta atenção?
Eu particularmente tinha prometido a mim mesma que dessa vez o BBB ia passar despercebido na minha vida... triste ilusão! O único programa que eu perdi foi o primeiro e final de semana quando eu saio e volto mais tarde.
As vezes eu acho que é aquele nosso vício por novelas, desenvolvido desde que somos pequenos quando víamos as mulheres da família totalmente concentradas na frente da TV e, no meu caso, os homens da família também.kkk Quem nunca teve vontade de entrar dentro da novela e falar na cara da mocinha que a irmã gêmea dela é super do mal e quer tomar o seu namorado? Ou que a sua tia malvada na verdade é sua mãe? Ou que o velhinho rico tá sendo envenenado pela empregada para que ela pegue a sua herança? É uma situação totalmente "agoniante", no caso do velhinho "agonizante"... (hum negra má!)
Então, quando surge um programa, com vários confinados, com câmeras que registram até o que não existe, com homens lindos, mulheres lindas, gays, lésbicas, barraqueiros, santinhos, safados, mentirosos, mocinhos e vilões e ainda por cima nós podemos definir o andamento do programa, tirando quem nós não gostamos... é simplesmente colocar poder na mão de quem adora ter! Mesmo com toda a manipulação que a Globo e que os outros canais fazem, nós simplesmente ignoramos que quem tem o verdadeiro poder não somos nós, e nos deliciamos fazendo julgamentos e crucificando cada pessoa até pelos menores erros.
Mentira, falsidade, chatisse, assédio, fofoca são características presentes em qualquer pessoa, seja ela de boa ou má índole, porém para conviver em sociedade precisamos controlar nossos impulsos, buscando equilíbrio e aceitação. Agora me diz se não é exatamente isso que acontece dentro desses programas?
Não interessa se as pessoas estão atuando lá dentro e que todos estejam buscando a melhor forma de serem aceitos pelo público e ganharem o prêmio... o que nos atrái é o poder que dentro do mundo real nós não temos sobre as outras pessoas e que, pegando um telefone ou votando pela internet, nós conseguimos facilmente nesses programas de entretenimento, ou pelo menos acreditamos piamente nisso!
E o que nos "entrete" mais do que isso? Nós buscamos poder e eles buscam fama e poder...
Fala sério, a gente fica se matando de curiosidade para saber quem vai ganhar um prêmio que nem vai mudar a nossa vida... É o gosto pelo alheio, a vontade de saber o que você faria se fosse com você, que papel você faria se você fosse a pessoa a ser vigiada e julgada pelo Brasil inteiro. É a descoberta de si mesmo através do outro... Mas como nós somos capazes de julgar alguém se não conhecemos nem nós mesmos?
Para quem quer saber mais sobre estas questões leia o livro de Geroge Orwell "1984", que foi a produção literária que inspirou John de Mol, empresário e proprietário da emissora holandesa Endemol, a criar o Big Brother. O livro trata da história de um governante déspota que manipula seu reino através de câmeras de vídeo.
Quem se interessar pode comprar o livro pela internet, eu vou mandar um link da livraria da folha (a compra é bastante confiável): http://livraria.folha.com.br/catalogo/1023079/1984
Eu indico esse livro, assim como outras obras de Georg Orwell, como a "Revolução dos Bichos", com certeza é um autor genial!
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