quinta-feira, 28 de abril de 2011

As deusas do Direito

Então blogueiros, feriadão você já viu né?
Até a gente voltar a ativa demora um pouquinho, mas estou de volta com um post super cult pra vocês!

Hoje eu vou falar principalmente para aqueles que curtem mitologia grega. Vou falar sobre as deusas do direito: Thêmis e Diké.

No início dos tempos, Urano (Céu) deitou-se com Geia (terra) e deles nasceram muitos filhos: Oceano, Coios e Crios, Hipérion e Jápeto, Téia e Réia, Têmis e Mnemosine, Febe, Tétis e Crono (o tempo). Crono era o mais astuto, mais jovem e mais terrível das crianças e ele detestou logo de início o seu vigoroso pai. Urano não gostou de nenhum dos filhos que Geia lhe dera e escondia-os da luz do sol em cavernas. Aflita e cansada da opressão de Urano, Geia conspirou contra ele diante de seus filhos e Crono, acabou fazendo-lhe a promessa de acabar com o sofrimento dela e de seus irmãos. 

Quando Urano chegou, ao cair da noite, inflamado de amor, cobriu a terra e deitou-se sobre ela, foi quando Crono, com uma foice forjada por sua mãe, cortou a virilidade de seu pai (foi aí que começaram os eufemismos jurídicos! kkkk). O sangue derramou sobre o ventre de sua mãe, Geia, e dela nasceram as Eríneas, os Gigantes e as Ninfas mélias, das quais surgiu uma raça dura de homens. A virilidade do pai caiu no mar e assim nasceu Afrodite (danadinha essa menina, héin?). Depois disso o céu nunca mais se aproximou da terra, doído de amor e de ódio.

Crono seguiu governando, escolheu Reia como sua mulher, porém como havia a profecia de que ele seria deposto por um filho seu, ele comia todas as crianças, assim que saiam do ventre da sua mãe. Quando estava prestes a dar à luz a Zeus, Reia rogou a sua mãe, a terra, e ao seu pai, o céu, para que eles dissessem como poderia salvar o seu filho da fúria de Crono. Eles disseram a ela para que fosse à Licto, na Ilha de Creta e que logo após o nascimento de seu filho ela o escondesse em uma caverna e que desse uma pedra enrolada num manto para Crono comer, achando que fosse o seu filho. Assim ela fez e Zeus sobreviveu.

Zeus cresceu, tronou-se forte e virtuoso e jurou vingar-se do pai. Conforme a profecia, Crono foi vencido por Zeus, e ainda devolveu todos os filhos engolidos por ele. Destes, os mais importantes foram os Ciclopes, que, por gratidão a Zeus pelo seu feito, deram a ele o raio e o trovão, garantindo sua força e seu poder perante os outros deuses.

Têmis, sendo irmã de Crono, deveria ter sido banida junto com os outros deuses que não se uniram a Zeus, porém ela foi escolhida como uma de suas esposas e tornou-se conselheira de Zeus. Da união dos dois, nasceram Horae (horas), Eunomia (order), Diké (justiça), Eirene (paz) e as Moiras (destino).

Apesar de terem funções muito parecidas, de acordo com os relatos históricos e vários estudos da mitologia grega, existe uma diferença muito clara entre as duas deusas, Têmis e Diké. Têmis é a deusa do equilíbrio, da ordem divina, das leis eternas, dos mandamentos, já Diké possui em sua essência os mesmos atributos, como uma das deusas que proporciona a "força do equilíbrio", assim como suas irmãs, porém esta está mais próxima dos homens, ou seja, mais próxima da execução das leis do que de sua proteção ou imposição.

São representadas por formas femininas, segundo os critérios antropomórficos das divindades gregas, por representarem a fertilidade e as forças da natureza ligadas a terra. Elas existem para garantir a ordem, para impedir o crescimento do caos e da obscuridade.

Por esse motivo, apesar de não haver muitos indícios de templos própios, sabe-se que seus nomes eram comumente aclamados nas àgoras e assembleias gregas, ressaltando a importância da justiça e da ordem no cosmos. 


Em relação à simbologia, existem várias formas de se representar as duas deusas... Originalmente Têmis (iudicia) era representada segurando uma balança com o fiel na posição horizontal, para mostrar que a justiça não pode pender para nenhum dos lados e segurava com a outra mão uma cornucópia, que era um vaso em forma de corno, usado para levar frutas e mantimentos, representando a fertilidade e a abundância. Já Diké, sua filha, possui duas principais representações: na primeira e mais antiga (iudicare), ela detém uma balança desequilibrada, o que simboliza que a justiça existe para tentar equilibrar um desequilíbrio, os olhos abertos representam que a deusa não pode levar em conta apenas os mandamentos e os argumentos postos, mas sim perceber a verdade clara das situações, estar atenta às desigualdades da sociedade, possui também uma espada, que representa a ação, em que a justiça não deve apenas observar mas agir para que a ordem seja mantida, representando também a violência e a guerra; a segunda representação (jus-dicere) já vem com os olhos vendados, simbolizando que a justiça deve ser imparcial, a balança já com o fiel alinhado, tem a mesma representação que a balança de Têmis e a espada virada pra baixo liga-se a imposição de uma ordem rígida e impetuosa.

Algumas outras imagens:




Eu particularmente sou fã da mitologia grega e acho as histórias incríveis. Pra quem fugiu das aulas de história, acho que agora já conhece um pouco mais sobre a história dos Titãs (não, não é aquela banda nacional viu? kkk).

Boa Noite! :)

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